quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A biografia do silêncio

Livro: A Biografia do Silêncio



Excertos:



«Para meditar não importa sentir-se bem ou mal,

contente ou triste, esperançado ou desiludido.

Qualquer estado de alma que se tenha

é o melhor estado de alma possível nesse momento para fazer meditação,

pois é precisamente o que se tem.

Graças à meditação, aprende-se a não querer ir

a nenhum lugar diferente daquele em que se está;

quer-se estar onde se está, mas plenamente.

Para explorá-lo. Para ver o que nos oferece de si.



Quanto mais nos observarmos a nós próprios,

mais se desmoronará o que acreditamos que somos e menos saberemos quem somos.

Temos de manter-nos nessa ignorância, de suportá-la,

de nos tornarmos amigos dela,

de aceitarmos que estamos perdidos

e de que temos andado a vaguear sem rumo.

Fazer meditação é colocar-se

justamente nesse preciso instante:

tens sido um vagabundo,

mas podes converter-te num peregrino.

Queres?»

In Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Fortaleza ... para além das crises

Virtude particularmente preciosa
em tempos de crise
é a fortaleza.

É a capacidade de continuar 
a viver e a resistir
em períodos longos e duros
de adversidade.

Uma força espiritual e moral
a que as gerações passadas
atribuíram enorme importância,
a ponto de a chamarem virtude cardeal.

A fortaleza permite que
não se abandone a luta
quando tudo levaria a fazê-lo.
É a fortaleza que
nos faz resistir na busca da justiça
em contexto de corrupção;
que nos faz continuar a pagar impostos
quando muita gente o não faz;
a respeitar os outros quando 
não nos respeitam a nós;
a ser não violentos
em ambientes violentos.

É ela que nos mantém
temperados
ainda que imersos na intemperança,
que nos faz resistir anos e anos
num posto de trabalho errado,
que nos faz ficar na família
ou comunidade
mesmo que todos e tudo,
exceto o nosso íntimo,
nos digam para ir embora.

Luigino Bruni
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