terça-feira, 9 de março de 2010

SALTAS PARA A FORNALHA?


Quando o tempo de Deus cruza,
transversalmente,
o tempo humano, arriscamos a nos queimar!

O fim de semana passado, habitamos
(eu, dezassete jovens das Equipas de nossa Senhora e um casal = PCL7)
o centro de um desses “cruzamentos”!
Hoje, percebi que, uma metáfora, fora, por mão de Deus,
o pórtico deste retiro:
A LAREIRA
Ao inicio uma necessidade: o frio reclamava o calor…
no seguimento uma dificuldade: o fogo teimava em não atear…
no entretanto uma sarça que não se consumia...
no fim uma realidade: um fogo que fica…O FOGO que vai!
Assim foi, diria, o percurso metafórico, deste retiro!
Todos podemos aprender a lição da lareira… o frio da solidão e do medo humano reclama o calor da presença transbordante de confiança de Deus. Um longo tempo sem Deus dificulta a sua redescoberta na vida. Descoberto e reencontrado…Deus “acende” em nós o fogo da confiança, fogo que é luz que vence a escuridão do medo e o frio da solidão!
Foi a dureza do fogo dos fornos de Auswitz,
contemplado em "A lista de Schindler",
que rasgou e expôs claramente a verdade da dureza do coração humano... mas ao mesmo tempo a sede de ser caldeira de fogo que movia aquele comboio levando à libertação,
literalmente,
à vida!
Deste encontro, um final que é prenúncio: há uma chama que se reacende na lareira aparentemente apagada como que dizendo… Eles foram… mas no seu coração vai O FOGO, O MEU FOGO, que Eu quero que abrase o mundo…
Ouvida a leitura do Êxodo rezaríamos todos juntos…
Senhor,
faz com que o nosso coração seja sarça ardente que não se consome, porque Tu nele habitas!
Que ele seja sarça que Te revela, como outrora aquela a Moisés!
Que ele seja sarça que torna a Terra lugar sagrado, porque em cada irmão habitas Tu!
Que ele seja coluna de fogo que alumia as noites do nosso caminho vital,
como outrora aquela que alumiou o povo de Deus na escuridão do deserto!
Olhando o retiro, diria que, como aqueles três jovens do livro de Daniel,
dançamos dentro da fornalha ardente do Amor de Deus!
Diz-se que «gato escaldado de água fria tem medo»…
Neste caso diria que...
Jovem abrasado, de fogo tem sede…
porque FOI DEUS QUE NOS ABRASOU!

Pe António Estêvão Fernandes

2 comentários:

Susana disse...

Que palavras tão LINDAS!
Fiquei a pensar nas vezes que o medo deixa frio o meu coração mas que não poso esquecer o fogo do AMOR de Deus por mim .. .
Obrigada por estas palavras!!!

Unknown disse...

Acho que finalmente podemos afirmar que todos nós saltamos para a fornalha, e que salto tão bem executado... Agora resta-nos esperar pela confirmação de "boa aterragem!", espero. A necessidade traz uma dificuldade já presente na própria realidade. Interessante, porque aquando da busca pelo fim de uma nossa necessidade tentamos buscar um caminho fácil, e esquecemo-nos de que por vezes é difícil obter a realidade de que sentimos falta e é necessário lutar. Talvez por vezes estamos abatidos e queremos a busca pela felicidade, mas até isso pode ser difícil quando nos encostamos a uma parede do quarto na expectativa de que a felicidade bata a porta. Há que lutar pelos momentos! Os momentos em que a lareira fica durante muito tempo "acesa" fazem-nos cessar a sede de fogo. Mas esse fogo é "um fogo que fica… O FOGO que vai!" por isso sentimos e sentiremos sempre sede, de Deus, e N'Ele e através D'Ele é que conseguiremos viver a nossa vida pelo melhor atravessando caminhos pelos obstáculos e dificuldades da vida. Tudo isto para dizer o quê? Obrigada... Obrigada por me ter feito ver melhor e que eu mesma pudesse saber controlar a chama de modo a que mais tempo eu a pudesse contemplar e saborear. Obrigada por contribuir para estes 17 membros da equipa e por tocar em cada uma das nossas vidas. " Deus “acende” em nós o fogo da confiança, fogo que é luz que vence a escuridão do medo e o frio da solidão! " Obrigada :) Cristina Adriana Silva, CL7.