Havia uma rapariga que era maior de um lado que do outro.
Cortaram-lhe um pedaço do lado maior:
foi de mais.
Ficou maior do lado que era dantes mais pequeno.
Cortaram.
Ficou de novo maior do lado que era primitivamente maior.
Tornaram a cortar. Foram cortando e cortando.
O objectivo era este: criar um ser normal.
Não conseguiam.
A rapariga acabou por desaparecer de tão cortada nos dois lados.
Só alguma pessoas compreenderam.»
Herberto Hélder, Photomaton & Vox
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