quarta-feira, 16 de abril de 2008

A propósito de algo que me chegou às mãos...


«Coragem! Quanto baste, para esse moinho girar.

Se voando, vivo sempre.

É porque o céu meu descobriu.

Girando, vagueando, pelo infinito surgir.

A mágoa sentida de quem nunca a viu.

Longa roda no cimo do cume.

Parecendo Deus dizendo: Parem, Escutem,

A Coragem apareceu!»


(notempodaspalavras)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A que distância fica o perdão....

"Uns antropólogos encontraram uma tribo na Africa do Sul, um povo chamado Babemba onde, de cada vez que um elemento do grupo comete um deslize significativo, foge às normas, erra de forma saliente, toda a tribo pára o que está a fazer e reúne-se em círculo, no centro da aldeia. Aí chegados, o «pecador» ou «pecadora» senta-se no meio do círculo, qual alvo. Então, todos os presentes, das crianças aos anciãos, partilham histórias positivas que viveram com o «culpado» ou «culpada», sublinhando-lhe as qualidades e o melhor do seu passado. A reunião pode demorar horas, mantendo-se viva até haver assunto. Publicamente, e num momento conjunto de conforto com a falha humana, o que o grupo faz é relembrar o bom e não dedicar atenção ao erro, como se todos dissessem: Perdoamos-te. Hoje erraste, mas o que realmente nos importa é sublinhar e dar voz a todas e tantas vezes em que nos orgulhámos do ser humano que és. A tua pessoa é maior do que as tuas falhas."
In O poder do perdão...Robert Enright

domingo, 13 de abril de 2008

A propósito do domingo do bom pastor....


"O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E, de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu... Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos vários verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mas reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor, uma liberdade no peito."

in O pastor amoroso - Alberto Caeiro