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quarta-feira, 30 de setembro de 2015
Quando Deus nos criou não estava distraído
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
A luz da lua revela a pequenez do teu quarto
A luz da lua revela a pequenez do teu quarto | Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
"Há pessoas que trocam pela realidade as ilusões que a televisão lhes dá com fartura ao almoço e ao jantar. Há quem imagina que a verdade é só a que está contida na sua caixa craniana e nos seus raciocínios. Há aqueles que têm sempre necessidade de um útero protetor, feito de pessoas que partilham as suas ideias, que se assemelham a elas e nunca os contradizem."
P. Gianfranco Ravasi
"Há pessoas que trocam pela realidade as ilusões que a televisão lhes dá com fartura ao almoço e ao jantar. Há quem imagina que a verdade é só a que está contida na sua caixa craniana e nos seus raciocínios. Há aqueles que têm sempre necessidade de um útero protetor, feito de pessoas que partilham as suas ideias, que se assemelham a elas e nunca os contradizem."
P. Gianfranco Ravasi
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Homenagem aos amigos...
Palavras de São Gregório de Nazianzo
ao seu amigo São Basílio.
«Encontrámo-nos em Atenas, como que arrastados pela corrente de um mesmo rio, que desde a fonte pátria nos tinha dispersado por diversas regiões (para onde éramos atraídos pelo afã de aprender), e que, de novo, como se nos tivéssemos posto de acordo, nos voltou a reunir, sem dúvida porque assim Deus o quis.
Por aquele tempo, eu não só admirava o meu grande amigo Basílio, pela seriedade dos seus costumes e pela maturidade e prudência das suas palavras, mas tratava de persuadir a outros que ainda não o conheciam, para que tivessem a mesma admiração. Começou a ser tido em grande estima, até por aqueles que lhe levavam vantagem em fama e audiência.
Que sucedeu então? Ele foi o único, entre todos os estudantes que se encontravam em Atenas, a ser dispensado da lei comum e o único a conseguir uma honra maior do que a que normalmente corresponde a um discípulo. Este foi o prelúdio da nossa amizade; este o incentivo da nossa intimidade; assim nos prendemos um ao outro pelo afecto mútuo.
Com o andar do tempo, confessámos mutuamente as nossas intenções e compreendemos que o nosso mais profundo ideal era o amor da sabedoria; e desde então, éramos um para o outro o mais possível companheiros e amigos, sempre de acordo, aspirando aos mesmos bens e cultivando cada dia mais fervorosa e firmemente o nosso ideal comum.
Movia-nos a mesma ânsia de saber; embora isto costume ocasionar profundas invejas, nós não tínhamos inveja; em contrapartida, tínhamos em grande apreço a emulação. Lutávamos entre nós, não para ver quem era o primeiro, mas para ver quem cedia ao outro a primazia; cada um de nós considerava como própria a glória do outro.
Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos. E embora não se deva dar crédito àqueles que dizem que tudo se encontra em todas as coisas, no nosso caso podia afirmar-se que realmente cada um se encontrava no outro e com o outro.
Uma só tarefa e um só objectivo havia para ambos: aspirar à virtude, viver para as esperanças futuras e comportar-nos de tal modo que, mesmo antes de ter partido desta vida, tivéssemos emigrado dela. Esse foi o ideal que nos propusemos, e assim tratávamos de orientar a nossa vida e as nossas acções, em atitude de docilidade aos mandamentos divinos, entusiasmando-nos mutuamente à prática da virtude; e, se não parecer demasiada arrogância, direi que éramos um para o outro a norma e a regra para discernir o bem do mal.
E assim como outros têm sobrenomes recebidos de seus pais, ou adquiridos por si próprios, isto é, com a actividade e a orientação da sua vida, para nós o maior título de glória era sermos cristãos e como tal reconhecidos.»
Oratio 43, in laudem Basilii Magni, 15. 16-17. 19-21: PG 36, 514-523
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
A solidão enquanto processo de comunhão
«Para escrever sobre mim mesmo,
tinha de me encarar como se fosse outra pessoa.
Foi só quando recomecei tudo na terceira pessoa
que principiei a ver uma saída para o impasse em que me encontrava.
O que é espantoso, creio,
é que o momento em que estamos mais absolutamente sozinhos,
o momento em que entramos realmente num estado de solidão,
é precisamente o momento em que deixamos de estar sós,
em que começamos a sentir a nossa ligação aos outros. (...)
No processo de escrever ou de pensar
acerca de nós mesmos,
convertemo-nos,
de facto,
noutra pessoa.»
Paul Auster, in Experiências com a Verdade
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
"Onde O escondemos?"
Meus amados irmãos,
não pode deixar de nos preocupar a todos esta debandada da juventude,
que tem lugar precisamente na idade em que lhe é dado tomar as rédeas da vida nas suas mãos. Perguntemo-nos:
A juventude deixa, porque assim o decide?
Decide assim, porque não lhe interessa a oferta recebida?
Não lhe interessa a oferta,
porque não dá resposta às questões e interrogativos que hoje a inquietam?
Não será simplesmente porque, há muito,
deixou de lhe servir o vestido da Primeira Comunhão, e mudou-o?
É possível que a comunidade cristã insista em vestir-lho?
O seu Amigo de então, Jesus, também cresceu,
tomou a vida em suas mãos no meio dalguma incompreensão dos pais (cf. Lc 2, 48-52)
e abraçou os desígnios do Céu a seu respeito, tendo-os levado a cumprimento
com abandono completo nas mãos do Pai (cf. Lc 23, 46).
Recordo que, num momento de crise e hesitação
que envolveu os seus amigos e seguidores acabando muitos deles por desertarem,
Jesus perguntou aos doze apóstolos:
«“Também vós quereis ir embora?”
Respondeu-Lhe Simão Pedro:
“A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!
Por isso, nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”» (Jo 6, 67- 69).
A proposta de Jesus tinha-os convencido;
hoje a nossa proposta de Jesus não convence.
Eu penso que, nos guiões preparados para os sucessivos anos de catequese,
esteja bem apresentada a figura e a vida de Jesus;
talvez mais difícil se torne encontrá-Lo
no testemunho de vida do catequista
e da comunidade inteira que o envia e sustenta,
apoiada nas palavras de Jesus:
«Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).
Que Ele está, não há dúvida; mas onde é que O escondemos?
Porque, se a proposta é Jesus Cristo crucificado
e redivivo no catequista e na comunidade,
se este Jesus se põe a caminho com o jovem
e lhe fala ao coração, este seguramente abrasa-se (cf. Lc 22, 15.32).
Jesus caminha com o jovem…
Papa Francisco, no Discurso aos Bispos Portugueses
não pode deixar de nos preocupar a todos esta debandada da juventude,
que tem lugar precisamente na idade em que lhe é dado tomar as rédeas da vida nas suas mãos. Perguntemo-nos:
A juventude deixa, porque assim o decide?
Decide assim, porque não lhe interessa a oferta recebida?
Não lhe interessa a oferta,
porque não dá resposta às questões e interrogativos que hoje a inquietam?
Não será simplesmente porque, há muito,
deixou de lhe servir o vestido da Primeira Comunhão, e mudou-o?
É possível que a comunidade cristã insista em vestir-lho?
O seu Amigo de então, Jesus, também cresceu,
tomou a vida em suas mãos no meio dalguma incompreensão dos pais (cf. Lc 2, 48-52)
e abraçou os desígnios do Céu a seu respeito, tendo-os levado a cumprimento
com abandono completo nas mãos do Pai (cf. Lc 23, 46).
Recordo que, num momento de crise e hesitação
que envolveu os seus amigos e seguidores acabando muitos deles por desertarem,
Jesus perguntou aos doze apóstolos:
«“Também vós quereis ir embora?”
Respondeu-Lhe Simão Pedro:
“A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!
Por isso, nós cremos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”» (Jo 6, 67- 69).
A proposta de Jesus tinha-os convencido;
hoje a nossa proposta de Jesus não convence.
Eu penso que, nos guiões preparados para os sucessivos anos de catequese,
esteja bem apresentada a figura e a vida de Jesus;
talvez mais difícil se torne encontrá-Lo
no testemunho de vida do catequista
e da comunidade inteira que o envia e sustenta,
apoiada nas palavras de Jesus:
«Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20).
Que Ele está, não há dúvida; mas onde é que O escondemos?
Porque, se a proposta é Jesus Cristo crucificado
e redivivo no catequista e na comunidade,
se este Jesus se põe a caminho com o jovem
e lhe fala ao coração, este seguramente abrasa-se (cf. Lc 22, 15.32).
Jesus caminha com o jovem…
Papa Francisco, no Discurso aos Bispos Portugueses
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