"Amar alguém, ou seja, esperar desse alguém um não sei quê de indefinível e imprevisível;
e, ao mesmo tempo, dar-lhe, dum modo qualquer, os meios para que ele possa corresponder ao que esperamos.
Por mais paradoxal que possa parecer, esperar é já, de algum modo, dar;
o inverso é igualmente verdadeiro:
nada esperar é a nossa contribuição para a esterilidade daquele de quem já nada se espera,
é a nossa maneira de o frustrar, retirando-lhe de antemão essa última possibilidade de inventar e criar.
Tudo nos leva a crer que só se pode falar de esperança onde haja essa interacção entre aquele que dá e aquele que recebe, essa comutação que é a marca da verdadeira vida espiritual."
Gabriel Marcel
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