Quando o tempo de Deus cruza,
transversalmente,
o tempo humano, arriscamos a nos queimar!
O fim de semana passado, habitamos
(eu, dezassete jovens das Equipas de nossa Senhora e um casal = PCL7)
o centro de um desses “cruzamentos”!
Hoje, percebi que, uma metáfora, fora, por mão de Deus,
o pórtico deste retiro:
A LAREIRA
Ao inicio uma necessidade: o frio reclamava o calor…
no seguimento uma dificuldade: o fogo teimava em não atear…
no entretanto uma sarça que não se consumia...
no fim uma realidade: um fogo que fica…O FOGO que vai!
Assim foi, diria, o percurso metafórico, deste retiro!
Todos podemos aprender a lição da lareira… o frio da solidão e do medo humano reclama o calor da presença transbordante de confiança de Deus. Um longo tempo sem Deus dificulta a sua redescoberta na vida. Descoberto e reencontrado…Deus “acende” em nós o fogo da confiança, fogo que é luz que vence a escuridão do medo e o frio da solidão!
Foi a dureza do fogo dos fornos de Auswitz,
contemplado em "A lista de Schindler",
que rasgou e expôs claramente a verdade da dureza do coração humano... mas ao mesmo tempo a sede de ser caldeira de fogo que movia aquele comboio levando à libertação,
literalmente,
à vida!
Deste encontro, um final que é prenúncio: há uma chama que se reacende na lareira aparentemente apagada como que dizendo… Eles foram… mas no seu coração vai O FOGO, O MEU FOGO, que Eu quero que abrase o mundo…
Ouvida a leitura do Êxodo rezaríamos todos juntos…
“Senhor,
faz com que o nosso coração seja sarça ardente que não se consome, porque Tu nele habitas!
Que ele seja sarça que Te revela, como outrora aquela a Moisés!
Que ele seja sarça que torna a Terra lugar sagrado, porque em cada irmão habitas Tu!
Que ele seja coluna de fogo que alumia as noites do nosso caminho vital,
como outrora aquela que alumiou o povo de Deus na escuridão do deserto!”
Olhando o retiro, diria que, como aqueles três jovens do livro de Daniel,
dançamos dentro da fornalha ardente do Amor de Deus!
Diz-se que «gato escaldado de água fria tem medo»…
Neste caso diria que...
Jovem abrasado, de fogo tem sede…
porque FOI DEUS QUE NOS ABRASOU!
Pe António Estêvão Fernandes